Estereótipo de gênero: o que é e como desconstruir?
Os debates sobre construção e neutralidade de gênero estão sendo mais recorrentes nas mídias sociais e na sociedade. Confira um pouco sobre o objetivo desse debate e como se aplica na sua vida
Nos últimos anos, tanto nos debates políticos quanto em discussões de mídias sociais, o tema sobre construção de gênero tem crescido.
Isso se dá em um momento em que a polarização social encontra-se em ápice no país, principalmente quando se trata de assuntos como feminismo, direitos LGBTQIAPN+, negritude, entre outros.
O questionamento sobre estereótipo de gênero ocorre em razão do aumento de violação de direitos humanos, no qual pessoas perdem a vida por ser quem são, enquanto a cultura contribui para discursos preconceituosos.
Um exemplo disso são os filmes de princesa. Ativistas questionam o papel da mulher representado na maioria dos filmes com essa temática, nos quais a protagonista é retratada como o sexo frágil, a pessoa em apuros que precisa ser salva, contribuindo para uma visão misógina.
No entanto, a cultura e a sociedade têm se atentado para essas questões, desconstruindo essas visões do passado e criando outros personagens, como a Princesa Merida, do filme Valente, que foge dos padrões esperados pela sociedade.
Mas, afinal, como desconstruir padrões enraizados, que são ensinados desde pequenos, e não passar ensinamentos preconceituosos para a frente? Confira algumas dicas para repensar papéis de gênero na sociedade.
Pesquise sobre o assunto
O primeiro passo é se informar. Atualmente, existem vários artigos acadêmicos e livros sobre o assunto.
Pesquise a respeito de como os estereótipos de gênero afetam todas as pessoas na sociedade, o tipo de pensamento que cria e as consequências desse padrão que não contempla todos os indivíduos.
Você também pode conferir documentários que contam histórias de pessoas trans não binárias, de pessoas que não seguem os padrões impostos pela sociedade ou sobre os tipos de masculinidade.
Uma sugestão é o documentário O Silêncio dos Homens, disponível no YouTube.
Siga pessoas que abordem o assunto
Por ser um assunto crescente na sociedade, há influenciadores que falam sobre o tema nas redes sociais, como Erika Hilton, Jonas Maria, Alok Vaid-Menon, Thiago Oliveira (@hsemtabu) e Renato Morelli (@papodemachona).
Além disso, procure filmes, séries e podcasts que debatem o assunto. É importante que você ouça ou assista mais de um título, a fim de ter várias visões sobre o assunto e criar um pensamento próprio.
Terapia é para todas as pessoas
Há um grande estigma sobre atendimento psicológico. Isso porque a terapia já foi associada a um tratamento direcionado somente para pessoas com doenças mentais ou com quadro clínico psiquiátrico.
Porém, ao longo da vida, são criadas crenças e traumas que nem são percebidos. Com a terapia, é possível identificar isso e perceber alguns estereótipos enraizados que podem estar limitando sua visão sobre o assunto.
Assim, o atendimento psicológico pode ser uma opção para a desconstrução.
Roupas são de tecido e brinquedos são de plástico
Um grande estigma da sociedade é a roupa para menino e para menina. De fato, existem peças que são feitas pensando em pessoas com vagina e pessoas com pênis, como roupa íntima e lingerie.
No entanto, o órgão genital não define o gênero de uma pessoa ou a roupa que ela utiliza.
A moda agênero já existe há mais tempo do que as pessoas percebem. Um exemplo disso é a calça, que era um item dito masculino.
Ademais, hoje existem calças para todas as pessoas. Ao longo da história, podemos ver essa mudança de acessórios, como o sapato de salto alto, antigamente utilizado por homens.
Da mesma forma que roupa não tem gênero, os brinquedos também não. Assim como as peças de vestuário, os brinquedos podem reforçar padrões preconceituosos na sociedade.
Afinal, brinquedos associados às atividades do lar ou à beleza são ditos femininos, enquanto carros são ditos masculinos.
Sendo assim, na fase adulta, o autocuidado, as tarefas de casa e a direção de veículos são exercidos por todas as pessoas.
Por fim, se você quiser saber mais sobre o estereótipo de gênero, veja o vídeo do canal Jornalismo TV Cultura.
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