
Preocupações que o frio traz: problemas respiratórios e cardíacos
Durante o inverno, doenças respiratórias, cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC) tendem a aumentar. De acordo com o Ministério da Saúde, as baixas temperaturas favorecem a disseminação de vírus respiratórios como os da gripe, do resfriado e da Covid-19 e o agravamento dos quadros de asma, bronquite e sinusite. Ambientes fechados e pouco ventilados propiciam o risco de contágio.
Na área clínica cardiologia também é esperado maior número de atendimentos durante os dias mais frios. O médico especialista em cardiologia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso (SBCMT), Max Lima, afirma que a cada 10 graus Celsius de diminuição na temperatura mínima, o risco de ataque cardíaco aumenta em 7%.
A expectativa por maior demanda de pacientes é justificada pelo fato de que as baixas temperaturas provocam mudanças fisiológicas no organismo, como a contração dos vasos sanguíneos, que pode elevar a pressão arterial e dificultar a circulação. Essas alterações também afetam o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a infecções.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o frio também pode aumentar a ativação de plaquetas e os níveis de marcadores inflamatórios no sangue.
A SBACV reforça que há aumento na mortalidade cardiovascular durante o pico do inverno. Doenças como a arterial obstrutiva periférica, caracterizada pela formação de placas nas artérias das pernas, tendem a se agravar com o frio, provocando dores ao caminhar e, em casos mais graves, feridas que não cicatrizam.
Além das reações fisiológicas, o comportamento da população também contribui para o agravamento de doenças. Segundo o Ministério da Saúde, a tendência de permanecer em ambientes fechados durante o inverno favorece a disseminação de vírus respiratórios. Outros fatores, como o uso inadequado de roupas, a baixa ingestão de líquidos e uma alimentação pobre em nutrientes, comprometem a imunidade.
Sintomas exigem atendimento rápido
Nos casos mais graves, o agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares pode levar à necessidade de cirurgias urgentes. Por isso, é fundamental reconhecer sinais de alerta e buscar atendimento rápido.
Para quem apresentar sintomas como falta de ar, dores no peito ou febre alta persistente, o Ministério da Saúde recomenda procurar uma unidade básica de saúde ou pronto atendimento mais próximo.
Além disso, a população pode contar com canais de informação como o Disque Saúde 136, que fornece orientações sobre sintomas e unidades de atendimento.
Cuidados e orientações de saúde no inverno
Embora a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o fim do inverno de 2025 indique temperaturas acima da média em grande parte do país, algumas regiões ainda podem registrar frio intenso. É o caso das áreas serranas da Região Sul, onde os termômetros podem marcar menos de 15 °C. Nesses locais, o risco de complicações é ainda maior, principalmente para idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas e em situação de vulnerabilidade social.
A alimentação adequada aumenta a imunidade, o que facilita o combate aos vírus. Segundo orientações do Ministério da Saúde, quanto mais variada e colorida a dieta, maiores as chances de ter um sistema imunológico bem preparado.
A falta de atividade física contribui para o aumento do sedentarismo, o que agrava quadros de doenças vasculares e metabólicas. Por isso, mesmo nos dias frias, a recomendação do órgão é manter uma rotina regular de exercícios.
Uma boa hidratação também faz a diferença para a saúde e, por isso, não deve ser deixada de lado nos dias frios. A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ingerir, em média, 35 ml de água por quilo do peso corporal diariamente.
Para aumentar a proteção durante o inverno, a vacinação é outra alternativa. O imunizante contra a gripe está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), com prioridade para idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades.
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